Quando eu falo em “queimar os scripts”, costumo falar sério. Porque são tantos esses scripts que nos aprisionam em realidades que nada tem a ver com o que de fato queremos pra nossa vida – e seguir uma vida “pré-moldada” acredito que seja uma das maiores causas de adoecimento do século 21.
Vivemos encaixotados e limitados por scripts sociais, familiares e políticos que tolhem nossa criatividade e capacidade de expressão singular nesse mundo. Mundo esse que nos exige que vivamos papéis, e não o que de fato somos e desejamos viver.
Ora, somos seres humanos, tão únicos e vivos. Somos seres com potenciais ainda a serem descobertos, e quando nos limitamos a scripts ou formas de viver engessadas, nos desconectamos de todo poder que levamos dentro de nós – o poder de sermos.
O mundo, quadrado, parece não deixar mais brecha para uma vida criativa.
E meu maior medo é que percamos nossa capacidade de criar a nós, de buscarmos a nós, e de encontrarmos em nós aquilo o que absolutamente ninguém iria conseguir desvendar a não ser você.
A sociedade, modernidade-líquida, tem ficado – em plena pandemia – óbvia. Minha vida parece caber dentro de um aplicativo social e as relações humanas virtuais, tão efêmeras, até me excitam – mas só até certo ponto.
Acho que o que tenho sentido mesmo é saudade de gente. Pra abraçar, pra celebrar, pra encontrar olho no olho.
E bem, sobre os Scripts – sigo os queimando. Mesmo que pareça que não. Mas ainda assim, queimando-os.
E a liberdade de eu poder ser quem sou, sem que eu precise caber em papeis que não são pra mim, é o que me move.
Hoje estou aqui, amanhã não estarei. A vida, essa experiência maluca, não cabe em nenhum script. Ela é uma aventura maluca, cheia de momentos, emoções e sentimentos e os scripts devem ser queimados. Uma vez e infinitas vezes.
Eu não nasci para seguir script nenhum. Eu nasci para viver. E o que o mundo espera de mim, bem… isso é problema do mundo. Porque eu definitivamente seguirei vivendo conforme meu coração sussurra suavemente no meu ouvido, e seguirei dançando conforme a vida me guia por entre as brechas do tempo.
Não nasci para nada além de ser. E o que sou hoje, não diz respeito a ninguém. Apenas a mim mesma.
Com amor,
Tália.